Carlos, heterossexual, tem um grande amigo, Márcio, que é homossexual não assumido. Ao descobrir, Carlos ficou tão indignado que desprezou completamente aquele que considerava ser o seu melhor amigo.
Depois de um tempo, Carlos arrepende-se e, para externar os seus sentimentos, cria um blog que denominou ‘O meu melhor amigo é gay’ e passa a relatar tudo sobre sua amizade com Márcio.
"Todavia, o que quero dizer mesmo é que, apesar de tudo, apesar de todos os meus erros e de eu ter agido de forma quase imperdoável, estou aqui para pedir o seu perdão. Eu sei que não será fácil, mas... quando escolhemos ser amigo de uma pessoa, escolhemos aceitar as qualidades e os defeitos que essas pessoas trazem consigo. Porém, como somos tão egoístas, só queremos para nós o que as pessoas têm de bom, porque é bem mais fácil de aceitar". (Gente!!! Esse foi o quote mais lindo que achei!! Que verdade, não é???)
No blog, além de Carlos escrever sobre o quanto a amizade de Márcio é importante para ele, passa a narrar fatos que acontecem em Recife, cidade onde se passa a história, e retratam a intolerância e preconceito de um grupo de jovens encapuzados que atacam pessoas pertencentes a grupos de minorias, como os sem-teto e homossexuais, por exemplo. Isso porque Carlos testemunhou o grupo cometendo um crime bárbaro, de madrugada, em uma das praças da cidade.
Carlos consegue reconciliar-se com Márcio, depois de pedir-lhe desculpas. Ocorre que, no círculo de amizades dos dois jovens protagonistas, além de algumas pessoas maravilhosas, existem pessoas que não aceitam a homossexualidade de Márcio, e, por isso, tratam-no com preconceito e hostilidade, e, como um tiro de ricochete, esses sentimentos atingem também Carlos que acolheu o seu amigo, o que, Guilherme, o mais preconceituoso e violento do grupo, não aceita.
"Se não querem aceitá-lo do jeito que ele é, tudo bem, mas você pelo menos deveria respeitá-lo. Ele não faz mal a ninguém".
A amizade de Carlos e Márcio enfrentará diversas formas de preconceitos, fazendo com que, em um determinado momento da história, suas vidas virem um verdadeiro inferno, quando torcemos, com todas as nossas forças, que o preconceito não vença mais uma vez.
"Só me pergunto quantos ainda precisam perder a sua vida de forma injusta para que o mundo entenda o significado da tolerância ao próximo"
Eu adorei esse livro!!! Dielson Vilela consegue nos fazer parar para pensar em o quanto é triste uma pessoa ser preconceituosa. Em alguns momentos do livro, senti-me triste pelo sofrimento em decorrência da violência que alguns personagens da história tiveram que enfrentar e por saber que, apesar de ser uma história fictícia, as situações narradas realmente acontecem e os agressores, na maioria das vezes, ficam impunes.
Este é um livro que tem muito a ensinar a todos nós e dentre várias mensagens lindas que ele tem, a mais certa é que, independente de você aceitar ou não a condição sexual do outro, você tem que respeitá-la. Isto é uma obrigação!
"Não podemos escolher como as pessoas vão nos machucar, mas podemos escolher como vamos superar as feridas causadas e deixadas por elas. Isso é seguir em frente, isso é superar e viver".Pois é gente, super recomendo esse livro. Você sentirá, com certeza, ao terminar de lê-lo, que ele fez de você uma pessoa melhor. Disso eu tenho certeza!!!
Título: Meu melhor amigo é gay
Autor: Dielson Vilela
Editora: Coerência
Ano: 2017
Págs.:159
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