terça-feira, 27 de junho de 2017

Carta de amor aos mortos

"Sei que escrevi cartas para pessoas sem endereço neste mundo. Sei que vocês estão mortos. Mas posso ouvir vocês. Ouço todos vocês. Nós estivemos aqui. Nossa vida teve valor".

Hoje, eu trago para vocês a resenha de um livro que é queridinho de muita gente. Encontrei na parte juvenil da livraria, mas quis muito comprar porque estava sendo muito comentado. Tinha visto muita gente falar muito bem do livro, então, eis minha opinião sobre o mesmo...




Laurel perdeu a irmã, May, em circunstâncias que só ela tem conhecimento. O que aconteceu, no momento da tragédia, só Laurel pode contar. .

Por ser uma pessoa muito tímida e devido o trauma que a atingiu com a tragédia, conversas que Laurel não tem coragem de ter com os vivos, ela tem com os mortos, através de cartas, que são sempre para pessoas famosas (Amy Winehouse, Kurt Cobain, Judy Garland, dentre outros). Laurel gosta muito de música e, nos trechos das cartas que escreve aos mortos, ela sempre faz referência à música de alguma forma.

"Judy, eu li que sua primeira lembrança era da música. Da música que tomava conta de uma casa. E, um dia, de repente, a música começou a sair pela janela. Pelo resto da vida, você teve de correr atrás dela".

Laurel sentia muita saudade da irmã e como era muito apegada a ela e por se sentir, de certa forma, culpada pela morte da mesma, suas cartas expressam, sempre, todo o sofrimento e tormento que Laurel passa, apesar de ter bons amigos ao seu redor.



"Tenho pensado nisso. No que significa ver a infinidade de cada momento, de cada parte. Quero ser purificada, quero queimar todas as lembranças ruins. E talvez a paixão faça isso. Que uma vida, uma pessoa, um momento que você precisa manter, fique com você até a eternidade. May sorrindo para mim. Nós duas, pequenas, no festival de outono, enquanto nossos pais dançavam. Sua música tocando. As folhas à noite, refletindo as luzes brancas. E cada pequena estrela que brilha mais quente do que imaginamos".

Achei a história muito triste, cansativa e arrastada e que Laurel viveu muito a vida da irmã durante toda a história, mas, ao final do livro, percebemos que todo o processo foi necessário para que Laurel obtivesse as respostas de que precisava e, finalmente, tentasse ser feliz, livre de traumas.

"A verdade é bela, não importa qual seja. Mesmo que seja assustadora ou má. É a beleza simplesmente porque é verdade. E a verdade é radiante. A verdade nos faz ser nós mesmos. E eu quero ser eu".

Li o livro com o Google do lado, pois alguns mortos, para quem Laurel escrevia as cartas, eu nunca tinha ouvido falar e a autora sempre faz uma associação aos fatos que narra na carta com a pessoa a quem a mesma é dirigida. Bem interessante!

Apesar da história não ter prendido-me o bastante, recomendo a leitura, por nos mostrar que, muitas vezes, precisamos passar por certas situações para que possamos enxergar a vida e todos que nos cercam de uma maneira melhor e que a saudade de uma pessoa muito próxima a nós, que partiu, nunca vai passar, independente do que façamos das nossas vidas. Com o tempo pode amenizar, mas passar totalmente, nunca! 💕

"Não posso trazer você de volta. Mas eu me perdoei. E perdoei você. May, eu amo você com tudo o que sou. Por muito tempo, eu só queria ser como você. Mas precisava descobrir que também sou alguém, e agora posso levar você, seu coração com o meu, aonde quer que eu vá".



Título: Carta de amor aos mortos
Autora: Ada Dellaira
Editora: Seguinte
Págs.337
Ano: 2014
Minha avaliação: 🌟🌟🌟🌟

domingo, 18 de junho de 2017

A guerra que salvou a minha vida


Sabe aquele livro que você tem vontade de acampar numa livraria e recomendar para todo mundo ler??? Pronto, é este aqui!!!



Ada possui um pequeno problema que faz com que sua mãe a rejeite, trancafiando-a em casa para que ninguém a veja, pois, para aquela mãe desnaturada, Ada era uma vergonha.

A vida de Ada resume-se a cuidar do irmão menor, Jamie, que ela ama muito. Como Ada é proibida de sair de casa, só conhece as coisas do mundo pelo que Jamie lhe conta.

A segunda guerra mundial está para eclodir, então, as crianças de Londres são enviadas para cidades do interior da Inglaterra. Ada e Jamie aproveitam a oportunidade para fugirem de casa e juntarem-se às crianças que sairão da cidade, na tentativa de sair daquele inferno em que Ada vive.



Chegando ao interior, Ada e Jamie ficam na casa da Srta. Smith (Susan) que, a princípio, não os queria, mas, com o passar do tempo, é através dessa mulher que eles conhecem o significado de amor, respeito e dignidade. Em pouco tempo, eles formam o que Ada e Jamie não tinham lembrança de ter tido um dia: uma família. A nova vida é tão maravilhosa que Ada sempre pensa que tudo não passa de uma mentira.

"Eu sabia que a Susan não era real. Ou, ainda que às vezes fosse um pouquinho real, na melhor das hipóteses era temporária. Iria se livrar de nós tão logo a guerra terminasse ou a Mãe mudasse de ideia".




Após alguns meses, aquela mãe horrorosa aparece para buscar Ada e Jamie de volta para Londres ("Tem coisas piores do que bombas"), mas não por saudade ou amor, foi porque o Governo passou a cobrar dela pelo fato de seus filhos estarem sendo cuidados pela Srta. Smith, que recebia uma quantia do Governo por desempenhar aquele mister.

A guerra estoura e os bombardeios atingem a Inglaterra, quando a vida de Ada e Jamie será, para sempre, afetada.





Uma história linda e muito emocionante, onde, por diversas vezes, vi-me com vontade de colocar Ada (principalmente) e Jamie no colo e de esganar aquela mãe nojenta e desnaturada. Uma história sobre uma guerra que ceifou a vida de milhares de pessoas, mas deu a oportunidade de Ada e Jamie encontrarem um dos bens mais importantes na vida de qualquer ser: a liberdade. A guerra de Ada não foi travada mundo afora, mas sim dentro de sua própria casa, onde sua maior inimiga era a pessoa que mais devia amá-la. 

"Enfim compreendi qual era a minha luta e por que eu guerreava. A Mãe não faria ideia da forte combatente que eu havia me tornado".

Uma história para guardar no coração.

💗💗💗


Título: A guerra que salvou a minha vida
Autora: Kimberly Brubaker Bradley
Editora: Darkside
Págs.: 233
Ano: 2017
Minha avaliação: 🌟🌟🌟🌟🌟💗

terça-feira, 13 de junho de 2017

A Chave de Rebecca de Ken Follet

 Acho que todos aqui já sabem que Ken Follet é meu autor favorito. Então, vamos à resenha deste livro maravilhoso que ganhei de presente em um amigo secreto de Páscoa, onde trocamos livros.


A história se passa no Cairo, na época da Segunda Guerra Mundial, em que o espião alemão Alex Wolff, munido de um rádio, o livro Rebecca de Daphne du Maurier e um código secreto, precisa informar aos alemães sobre as estratégias de ataques dos britânicos ao exército alemão no Cairo.
Ardiloso e muito inteligente, depois de muito pensar como faria para descobrir as informações das estratégias de ataques britânicos, Wolff consegue atrair para a casa da dançarina mais famosa do Cairo (sua conhecida de longas datas), Sonja, um oficial britânico, Smith, que, enquanto envolvia-se em tórridas cenas de amor com Sonja, deixava sua pasta de lado e Wolff, escondido, aproveitava para pegar a pasta do oficial e ter acesso às informações de que precisava para passá-las, pelo rádio, aos alemães, utilizando o código secreto escondido no livro Rebecca.



Mas, Alex Wolff não contava encontrar, em seu caminho, alguém tão ardiloso quanto ele próprio: o Major William Vandam que, com a ajuda da bela e inteligente Elene, tentaria, a todo custo, impedir que Wolff conseguisse passar o código secreto para os alemães.


Como em todas as histórias de Ken Follet, envolvi-me bastante. Ora eu torcia para o vilão, ora para o mocinho, mas, há um determinado momento que nos identificamos com um deles e não mudamos mais de lado.
O livro é muito bom, embora não esteja entre os melhores de Ken Follet, na minha opinião. Amo a narrativa do autor, onde aprendo muito sobre História, já que ele insere fatos fictícios dentro de fatos que realmente ocorreram e com 'A Chave de Rebecca' não foi diferente. O final é eletrizante. Vale muito à pena a leitura. O livro foi publicado, originalmente, em 1980 e o filme foi lançado em 1985, sob direção de David Hemmings.

                 

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Rio dos Ventos de Fabiano Alexandria

Pessoal, preparei a resenha de um livro maravilhoso lançado no dia 10 de junho de 2017, na Livraria Leitura do Manaíra Shopping, do autor paraibano Fabiano Alexandria, médico pediatra e também escritor. Vale muito a pena a leitura.

Sempre gostei de ler, mas nunca tive a oportunidade de mergulhar numa história em que a cidade onde nasci, cresci e adoro viver fosse o palco principal de toda a narrativa. Conhecer cada um dos lugares onde tudo se passa me fez vivenciar ainda mais a história narrada. Casei-me na Igreja São Francisco, no centro da capital paraibana; para mim, uma das igrejas mais bonitas do mundo, tendo sido o local escolhido pelo autor para começar e terminar sua espetacular criação, com uma rica narrativa histórica, com um desfecho surpreendente.



A história diz respeito a uma lenda que sempre se ouviu, na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, sobre a existência de um túnel abaixo da Igreja São Francisco, que fora construído, supostamente, para fuga, na época das invasões holandesas a essa cidade.

Frei Antônio, frade franciscano, muito curioso, tanto fez que descobriu a existência desse túnel e passou a frequentá-lo, na calada da noite, para ver se encontrava algo de valor ou se descobria o porquê de tanto mistério acerca daquele local. Numa de suas investidas no túnel, avistou o Guardião do Convento dos franciscanos, Frei Castro, andar apressadamente e deixar cair um determinado objeto de grande valor, uma das preciosidades encontradas no referido túnel.

“O Guardião, para os franciscanos, é o pai espiritual e o superior na comunidade, cuja responsabilidade está em ter discernimento em servir aos temperamentos de muitos, ter afeto de um pai, mas o rigor de um mestre e, sobretudo, procurar antes ser amado do que temido”.





A história começa com a morte de Frei Antônio, tendo sido o corpo encontrado em uma embarcação, no Rio Sanhauá, o principal rio da capital paraibana, em circunstâncias bem suspeitas.

Frei Ângelo, melhor amigo e confidente de Frei Antônio, faz uma ligação para a polícia, a fim de contar tudo o que sabe sobre a morte do seu amigo e marca um encontro com a policial Vanessa, ajudante de Bernard, também policial, a quem conta tudo o que sabe. Ângelo não sabia, no entanto, que havia alguém escutando sua conversa com a policial, muito menos que este alguém estava envolvido na morte de Frei Antônio.

Outras mortes ocorrem na história, todas as pessoas que sabiam da existência das relíquias encontradas no túnel da Igreja São Francisco correm perigo e Bernard, juntamente com Vanessa, precisam descobrir o porquê das mortes e quem é o assassino.



Frei Antônio, antes de morrer, deixa pistas, na certeza de que estava correndo perigo de vida, já que sabia demais, o que ajuda a polícia a montar o quebra-cabeça. O final foi surpreendente.

“Este era aquele de quem eu dizia: o que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu (João 1,15)”.

Um livro com uma excelente história policial que nos enriquece historicamente, de leitura rápida, não deixa nenhuma pergunta sem resposta e, ainda, aguça a vontade do leitor em conhecer os pontos turísticos da cidade de João Pessoa, onde está situado o ponto mais oriental das Américas e tem um bonito rio que corta a cidade, o Rio dos Ventos.


Título: Rio dos Ventos
Autor: Fabiano Alexandria
Editora: Autografia
Páginas: 220
Ano: 2017
Minha avaliação:🌟🌟🌟🌟🌟


Lançamento do livro, na Livraria Leitura do Manaíra Shopping, em João Pessoa/PB, em 10 de junho de 2017.

Eu, com o autor, Fabiano Alexandria, autografando o livro que ganhei de presente :)


Os livros expostos


Livro e mimos dados pelo Autor


O Autor Fabiano Alexandria explicando como escreveu a história